ESTAMOS JÁ NA TERCEIRA GUERRA MUNDIAL

30 de Outubro de 2012

O PAÍS QUE TEMOS

Na Segunda Guerra Mundial, a Alemanha tentou impor o seu domínio sobre a Europa através do poder de armamento bélico. Mais de meio século depois, a Alemanha, volta a tentar impor-se na Europa, mas usando desta vez um poder de armas mais sofisticadas, o poder económico e financeiro. Desta vez, certamente que irá conseguir uma vitória com menos danos materiais e casualidades no seu território. Países como Portugal e a Grécia, a qualquer momento poderão ser dos primeiros a cair. Tudo é uma questão do momento oportuno para que país após país, acabe em incumprimento das suas obrigações externas e compromissos com respeitos às obrigações sociais de cada Estado para com os seus cidadãos.

As iniciativas e recuos constantes sobre medidas de apoio aos países em dificuldades económicas, demonstram a incapacidade de encontrar medidas que possam beneficiar os países em crise, sem afectar os objectivos ou interesses em causa para a Alemanha e os mercados financeiros aliados dos alemães. As iniciativas de apoio e recuos constantes, funcionam como uma arma psicológica contra os governos e povos desses países, que pode incendiar tumultos sociais de consequências devastadoras.

A Espanha, analisando os riscos e danos causados pelos apoios de solidariedade, se é que isso se pode chamar às medidas de austeridade impostas, vai procurando com mais precaução, analisar as suas opções. Mas independente de todas as precauções, é tudo uma questão de tempo de quando vai cair.

Temos que admitir, que muitos dos países em crise, foram aliciados com benefícios, à entrada na Comunidade Europeia e à aderência à moeda única. Viram as vantagens da integração num sistema de moeda única, como que uma demais valia para um futuro mais benéfico. Mas como tudo na vida, há desvantagens ou efeitos contrários, a que os governos nunca deram devida atenção e dos quais estão acabando vítimas. Muitos países, como Portugal, entraram num ciclo vicioso de consumo e desinteresse por produtividade, acreditando que a partir de então tudo estava garantido. Tornaram-se novos-ricos sem capacidade de gerir as oportunidades com que se depararam

Estamos já na 3ª guerra mundial. Tal como as anteriores, com maior efeitos na Europa. Mas esta guerra, não envolve armas bélicas das mais sofisticadas, mas sim armas de um poderio económico e financeiro, que podem tornar refém países e condenar os seus povos a escravos por tempo indefinido, com remunerações que em muitos casos são insuficientes para uma sobrevivência com dignidade.

Esta guerra mundial, poderá ter uma duração muito superior às anteriores com vítimas na ordem dos milhões em todos os países que caírem, debaixo do poder alemão e dos grupos financeiros. Em Portugal há já 3 milhões de portugueses abaixo da linha de pobreza, e onde a capacidade de cuidar dos doentes e feridos e enterrar os mortos é cada vez menor, dado os cortes consecutivos na saúde na ordem das centenas de milhões de euros e mesmo, cortes nos subsídios de funerais para enterros dignos.

O nosso governo actual , tem pouca competência e muita falta de determinação e respeito pelos direitos do povo português. Mas duvido que haja algum governo em qualquer dos países que seja atacado, que possa ter capacidade de sobreviver a esta guerra de interesses económicos e financeiros. A maioria dos governos não sobreviverá mais de um mandato e muitos nem um mandato concluirão.

Leiam a petição: Parlamento-Os Velhos do Restelo. Se concordar com a iniciativa, apoie, participe e assine.

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About Carlos Piteira

Licenciado em Microbiologia pela Maryland University. Especialista em Microbiologia Clínica pela American Society of Clinical Pathologists. Consultor da Qualidade do Ar Interior. Autor do livro: ” A Qualidade do Ar Interior em Instalações Hospitalares”

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7 comentários em “ESTAMOS JÁ NA TERCEIRA GUERRA MUNDIAL”

  1. Jose da Cunha Says:

    Lendo os comentários anteriores gostava de perguntar se realmente temos de pagar, e a quem?
    Sem correr-mos com estes politicos oportunistas não vai ser possível mudar-mos de rumo, q nos está levando ao abismo. Portugal tem de se convencer que é um pais muito pobre sem recursos naturais, mas bem gerido dá para todos viverem confortaveis, existe uma mentalidade só de desenrrasca e nada é feito com visão, aí sim falta-nos líderes que possam fazer tudo de novo, porque esta politica social e liberal não tem futuro, trabalhar duro tds os dias e produzir infraestruturas economicas e financeiras adaptadas a este novo (mundo). Se os mercados financeiros quizerem receber, primeiro deixem-nos levantar a cabeça e não pizarem-nos ainda mais com esta estúpida austeridade, austeridade só benefecia os «outros».
    Obrigado,

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    • opaisquetemos Says:

      Caro José Cunha,

      Obrigado pelo seu comentário, mas as minhas desculpas pelo atraso na resposta, que por vezes não é fácil.

      Quanto ao que temos de pagar, certamente que temos essa obrigação. A quem temos de pagar? Isso é mais complicado responder. Mas, tanto a dívida externa, que é muito para além do empréstimo da troika, mas muitos empréstimos ao longo de mais de duas décadas, acrescidos dos respectivos juros e também a milhares de fornecedores de produtos e serviços internos no país, que são na ordem de uns milhares de credores, que muitos têm fechado as portas e outras em vias de falência pela falta de cumprimento por parte do governo.
      Quanto ao que escreve: ” Se os mercados financeiros quizerem receber, primeiro deixem-nos levantar a cabeça e não pizarem-nos ainda mais com esta estúpida austeridade”, isso é o que eu tenho vindo a propor ao longo do tempo, que é preciso investimento na economia e alargar o tempo de pagamento das dívidas. Pois as medidas de austeridade, quando mais pesadas, menos benefícios trarão ao país.

      Espero que tudo esteja no caminho da recuperação em NY city, no respeitante às tragédias causadas pelos danos do tornado.

      Sinceramente,

      Carlos Piteira

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  2. Sandy Sennin Says:

    Isto de uma suposta dívida e de consumo acima das possibilidades é discurso que, confesso, faz-me confusão.

    É, certamente, um assunto complexo que muito sumariamente pode ser explicado por meias verdades e uma educação deficiente da população em geral.

    Venderam sonhos aos pobres que pouco podiam almejar e agora atiram as culpas para cima deles.

    Quem recebeu dinheiro e não investiu na agricultura, nas pescas, na industria? Não fui eu, nem os meus pais ou muitos dos meus conhecidos.

    Os sucessivos governos colocaram cuidadosamente o dinheiro nos seus bolsos e dos seus amigos.

    Não são os 4000€ que devo ao banco pelo carro que comprei, ou os 30000€ que os meus pais devem da casa que estão má génese da crise, mas sim os MILHARES DE MILHÕES que se esbanjaram em coisas sem futuro.

    Não engulo isso das famílias terem gasto acima das possibilidades, se bem que em certos casos será verdade. Os governos gastaram, mas é muito mais fácil dizer que foram as famílias pois assim não há ninguém especifico para culpar.

    Já por diversas vezes disse: o Hitler voltou vestindo uma saia.
    A Alemanha quer ser o coração e o cérebro da Europa. Querem liderar pela força, pela força económica neste caso.

    Em todo o caso pagaremos uma divida que não é nossa mas dos que nos governaram.
    A minha dívida ao banco ninguém paga… A não ser eu.
    Também não devíamos pagar esta factura e devíamos condenar quem nos trouxe até aqui e esses que paguem com o dinheiro que têm no banco suíço.

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  3. Joao P. Says:

    Lá está, para sair da “crise” não vamos lá com mais créditos, mas investindo na produção própria e atingir os minimos de auto sustentabilidade para depois sim podermos sair do euro e irmos à nossa vida. Se abandonarmos o euro sem ter uma frota pesqueira pronta a ir para o mar, sem termos produção de carne, cereais, leite, e outros produtos essenciais estamos condenados a morrer à fome.

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    • opaisquetemos Says:

      Caro João Polonia,

      Obrigado plenamente consigo. A sua opinião de sustentabilidade, para podermos ter autonomia de sobrevivência, tenho referido em diversos artigos.

      No respeitante à moeda o euro, nunca devíamos ter feito a adesão. Mas, agora a saída terá drásticas consequências. Certamente que a nova moeda, provavelmente o escudo, valerá metade do valor atribuído quando na entrada no euro. Mas as dívidas, tanto no âmbito interno como externo ficarão ao nível do euro actual, pelo que ficaríamos endividados por muitas gerações. Mas, tudo é viável que venha a acontecer, independente das consequências.

      Sinceramente,

      Carlos Piteira

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  4. Micael Says:

    Com isto concordo pouco. O português tem de deixar colocar culpa nos outros, assim como deixar de procurar dinheiro nos outros etc.
    Não foi a Alemanha que comprou jipes em vez de investimentos, que fez orçamentos para projectos nunca concluídos mas que desapareceu com o dinheiro na mesma, e projectos com derrapagens constantes. TGV’s, pontes, estradas e outros. Foi Portugal que gastou mais do que tinha, assim como uma família gasta a cima das suas possibilidades. E parece que o mal ainda não passou, continua a comprar bons carros em vez de andar de Clio.
    Vivemos a um nível de vida que não possuímos, isto é que tem de ser corrigido.

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    • opaisquetemos Says:

      Caro Micael,
      Obrigado pelo seu comentário. Mas, conforme eu mencionei a meio do artigo, os portugueses “…entraram num ciclo vicioso de consumo e desinteresse por produtividade, acreditando que a partir de então tudo estava garantido. Tornaram-se novos-ricos sem capacidade de gerir as oportunidades com que se depararam”. Como em tudo na vida há culpabilidade das duas partes.
      Mas a Alemanha, ao convidar Portugal a se integrar na moeda única, tinha a consciência de que não estávamos à altura de competitividade com os outros. Pois desde a integração de Portugal na Comunidade Europeia, Portugal já tinha necessitado de apoio da troika, para além de todo o apoio e subsídios providenciados pela CE. Por isso, havia a consciência que ao longo do tempo Portugal e outros países em condições de gestão idênticos, não íam ser sustentáveis pelos seus próprios meios. Tudo dependia do factor tempo até que o pior acontecesse.

      Sinceramente,

      Carlos Piteira

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