O TÍTULO PODE SER ENGANOSO

25 de Outubro de 2012

O PAÍS QUE TEMOS

Empresas vão ter mais 392 milhões de euros do QREN

Segundo o Diário Económico, o Governo lançou cinco novos concursos para apoios comunitários a novos projectos

O texto como noticiado é bastante enganador. Para muitos leitores, poderá dar a sensação que o governo está a fazer um investimento na economia interna do país, em vias de extinção. O que na realidade se trata, é de mais um financiamento de milhões, possivelmente a fundo perdido, a um grupo de empresas selectivas ou de elite, provavelmente sem necessidade de apoio. Muitas pelo contrário, em situação caótica, o governo ignora qualquer tipo de apoio e só as reconhece para carga fiscal. Na realidade, a maioria dos empresários das PME, não lançam projectos para expansão devido à falta de apoio governamental, obrigando a lutar num espaço limitado de mercado até ao encerramento.

Quando o governo menciona que vai lançar no mercado um investimento em milhões de euros, é importante saber quais são os requisitos exigidos, o nome das empresas que acabam por beneficiar, a projecção de rendimento de tais investimentos e o produto real obtido dos mesmos. Estes projectos deviam ser publicados para o cidadão que contribui com seus impostos, saber onde esse dinheiro é investido e qual a retribuição. Na maioria das vezes, esses apoios são dirigidos sempre às mesmas, ou mesmo a empresas que não têm necessidade de apoio mas que usam a boleia, graças aos conhecimentos de ligações importantes dentro do sistema governamental de gestão dessas verbas. Deveria de existir um sistema de auditorias independente a esses investimentos. Todos os contratos de apoio deviam possuir uma cláusula de previsão de execução criminal, caso o investimento fosse desviado ou usado abusivamente para outros fins e não os destinados

Situação idêntica, mas em escala a nível europeu, aconteceu com a entrada de Portugal na Comunidade Europeia e o apoio de fundos comunitários para estruturação do país ao nível dos países já existentes na CE. Infelizmente, tal como sempre acontece em governos incompetentes e cheios de oportunistas e corruptos, a distribuição desses fundos e apoios CE de então, ao desenvolvimento económico do país, foram atribuídos a título de fundos perdidos, a empreendimentos, muitos deles fictícios, outros a ligações de indivíduos com infiltrações a nível de governos e partidos políticos. Criaram-se novos-ricos. Houve obras, muitas delas mais com o propósito de enriquecimento de grupos, como estradas em excesso do necessário, do que a nível de criação de produção nacional de transaccionáveis, para enriquecimento nacional contínuo. No fundo, a maioria foram realmente investimentos a fundo totalmente perdido. Quem foi condenado dos usos abusivos?

Esta notícia, para além do seu título de milhões para apoio a empresas, não passa de um apoio a grupos empresariais selectivos, sem passar pela economia nacional interna em vias de extinção. Este tipo de apoio não ajuda a recuperar a economia nacional, o dorso principal dos postos de trabalho e sobre o que a maior fatia de impostos é suportada.

Leia a Petição: “Os Velhos do Restelo”, nos links. Caso concorde com a mesma assine. Obrigado

About Carlos Piteira

Licenciado em Microbiologia pela Maryland University. Especialista em Microbiologia Clínica pela American Society of Clinical Pathologists. Consultor da Qualidade do Ar Interior. Autor do livro: ” A Qualidade do Ar Interior em Instalações Hospitalares”

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4 comentários em “O TÍTULO PODE SER ENGANOSO”

  1. Jose Cunha Says:

    Pois e’ meu caro Carlos Piteira, e os q estao no poder sabem muito bem disso. O povo quer e’ festa e diversao, e teem sempre akela esperanca q vai fikar melhor, mas os governantes desta terra vao tirando proveito da passividade da malta, q quer e’ por o pao na mesa tds os dias, aki nos states tbm se passa o mesmo, cada um por si…
    Mas brevemente vai vir Um que vai resolver tds os problemas e poucos se acharao justificados. so’ deus e’ Fiel e Verdadeiro.
    God Bless all.
    Jose Cunha

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    • opaisquetemos Says:

      Caro José Cunha,

      Acredite que o povo tem aquilo que pediram e que aceitam passivamente. Nos EUA, a situação nem sempre é perfeita. Mas há mais conhecimento político por parte de uma grande maioria dos americanos. Quando o assunto chega a extremos, dá uma volta.
      Recordo-me quando o primeiro George Bush (pai) foi presidente, na sua campanha eleitoral ele disse: ” READ MY LIPS: NO NEWS TAXES”. Mas depois não foram apenas mais novos impostos, como o aumento dos velhos impostos. Na campanha seguinte, perdeu para Bill Clinton, dado a ter enganado o povo americano.
      Também, ao contrário da Assembleia da República, que em lugar de representar os portugueses, protege os partidos políticos, nos EUA, embora o Congresso seja representado pelos dois principais partidos, REpublicando e Democrata, Há mais ligação e dependencia com o povo. Os congressistas e particularmente os senadores são eleitos directamente pelo povo. A falta de diálogo com os constituintes do Estado que representam, pode impedir a sua reeleição. Aqui é diferente. São os partidos que escolhem os deputados. Por isso, estão totalmente borrifando para os portugueses.

      Em Portugal, sem mudança de sistema político, não há governo que melhor a situação.

      MAY GOD BLESS YOU ALL, IN THE NEXT ELECTIONS IN TWO WEEKS.

      Carlos Piteira

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  2. Jose da Cunha Says:

    O titulo diz tudo; este e’ o pais q temos!
    Ate’ kuando este pobre povo portuga vai aguentar?…

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    • opaisquetemos Says:

      Caro José Cunha,

      Obrigado pelo seu comentário.
      Vou tentando, mas dificilmente conseguirei algo.
      A maioria do povo contesta mas estão conformados.
      Existe também um comodismo, em que em dias de bom tempo o povo sai à rua nas manifestações de protesto. Mas é mais como que um passeio. Quando há um pedido de participação activa, não há disponibilidade. Cada um tem a sua vida e as novelas e futebol. Eu também tenho a minha vida. Mas como sempre, nunca fui pessoa de cumprimento apenas de horários, mas de execução até missão cumprida, mesmo para além das minhas obrigações. É verdade! É o país que temos.

      Sinceramente,

      Carlos Piteira

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